sábado, maio 18, 2024

Se Bolsonaro não é culpado, é cúmplice, diz especialista sobre fraudes no cartão de vacina

Leia também

A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quarta-feira (03/05), uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Na chamada operação “Venire”, a PF investiga um esquema de fraude no documento de vacinação do ex-presidente e de outras pessoas de sua comitiva.

Entre os assessores investigados, está o coronel Mauro Cid, que foi preso durante a operação de hoje. Outros dois assessores do ex-presidente também foram presos e os celulares de Bolsonaro e da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foram recolhidos.

A PF apura se os dados de Bolsonaro, do coronel Mauro Cid e da filha do ex-presidente, Laura, foram forjados. A suspeita é de associação criminosa para fraudar documentos oficiais e sistemas do Ministério da Saúde. Os dados falsos teriam sido inseridos no sistema entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos.

Para falar sobre os desdobramentos da Operação Venire, o Central do Brasil desta quarta-feira (3) conversou com Paulo Ramirez, cientista político da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Na visão do cientista político, as supostas mentiras em torno do cartão de vacinação de Bolsonaro tendem a fazê-lo perder a popularidade. “Quando essa mentira se torna escancarada, ele tende a perder popularidade, sobretudo dos seus mais ferrenhos adeptos. Então isso trará implicações políticas ao Bolsonaro desde a cadeia até mesmo ao distanciamento de muitos aliados da sua pessoa.”

Ainda de acordo com Ramirez, a situação é mais grave, pois há indícios de que as autoridades brasileiras não tiveram uma regulação e nem um controle rígido sobre quem foi ou não vacinado. “Então isso significa que além do Bolsonaro pode ser que a gente tenha outras autoridades que tenham transitado em outros aeroportos mundo afora, políticos importantes ligados a Bolsonaro que fizeram toda a campanha negacionista em relação à vacina e que podem sim ter infringido leis de outros países. Isso também pode gerar complicações para o Bolsonaro fora do país”, aponta.

“Se ele não é totalmente culpado, ele é cúmplice. Isso certamente mancha a imagem do Bolsonaro na opinião pública e mesmo entre meios de comunicação que são mais conservadores”, conclui.

E tem mais!

Em busca de direitos 

Reportagem mostra a rotina de trabalhadoras domésticas, uma categoria marcada ainda por precariedade e luta por dignidade profissional.

Intercâmbio histórico

Grupo com 150 estadunidenses desembarcou em Cuba para conhecer de perto os efeitos do bloqueio econômico na vida dos cubanos.

Redação do Brasil de Fato / Edição: Nicolau Soares

spot_img

Últimas notícias