segunda-feira, maio 20, 2024

Fórum na Unicamp discute o adoecimento psíquico do trabalhador, nesta quarta (20)

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O que estamos fazendo para acolher e enfrentar o sofrimento mental no trabalho? Este é o debate que será realizado nesta quarta-feira (20), pelo Fórum Sofrimental Mental e Suicídio Relacionados ao Trabalho, organizado pela Universidade de Campinas (Unicamp) e a Rede Margarida, e do qual a Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT é membro.

A ideia é a de debater os contextos que estão levando o adoecimento do trabalhador, entendendo que a depressão não é um sintoma isolado de cada um, mas um problema que atravessa toda a sociedade e todas as dimensões da vida.

A atividade será realizada das 9h às 17h, no Centro de Convenções da Unicamp e integra as ações do “Setembro Amarelo” – mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental. Veja abaixo a programação.  As inscrições para o evento são limitadas e podem ser realizadas através do link. O evento é aberto à população.

REPRODUÇÃOReprodução

No painel “Formas de gestão do trabalho e seus efeitos: assédio e adoecimento psíquico no cenário de trabalho” serão apresentados dados sobre o adoecimento da população e discutidas as condições de trabalho que levam ao sofrimento e à depressão.

E esses dados, se não surpreendem, continuam a inspirar muita preocupação. Em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – vivia com algum transtorno mental; o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes, e 58% deles ocorreram antes dos 50 anos de idade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, são 14 mil suicídios por ano, e quase a totalidade (96%) dos casos está relacionada ao adoecimento psíquico, em especial à depressão. O documento informa também que oito em cada 10 pessoas com problemas graves de saúde não tiveram acesso adequado a tratamentos necessários durante o ano de 2020.

Quando o trabalho adoece 

Quando a depressão está ligada ao mundo do trabalho, fica nítido que as novas formas de gestão impõem  “uma competição mortal, alinhada às precárias condições de trabalho, colocando em questão sua própria sobrevivência diante de diversos tipos de sofrimento, adoecimentos e mortes”, apontam estudos da CUT.

Essas formas de gestão, cujo elemento central é o medo, levam os indivíduos não apenas a aceitarem essas práticas, mas a cooperarem com elas.

Madalena Margarida da Silva Teixeira, secretária nacional de Saúde do Trabalhador da CUT afirma que reconhecer o que é sofrimento psíquico é parte fundamental para cuidar do problema, e que para isso, no que diz respeito às ações sindicais, é “necessário uma campanha massiva para que os trabalhadores procurem ajuda logo nos primeiros sintomas. De outra forma, vamos seguir sendo impactados pelos dados, que são estarrecedores”.

Um estudo do Instituto Feliciência, que mapeia a saúde emocional dos trabalhadores, indica que 30% dos trabalhadores estão com exaustão.

Em escuta aberta com os trabalhadores, a Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador mapeou que exigências e metas de produtividade, acompanhadas de jornadas estendidas de trabalho, ou associadas a pagamento de prêmios, estão entre as principais causas de adoecimento.

Falta de organização, tecnologias que produzem sobrecarga, a própria terceirização, assédio moral, sexual, perseguição, comunicação ruim, condições de trabalho precárias, ameaças de demissão, ambiente competitivo, incerteza em relação ao futuro são algumas das realidades, cada vez mais comuns, relatadas, e que podem levar à casos de depressão e ansiedade.

Serviço

Fórum Sofrimental Mental e Suicídio Relacionados ao Trabalho

9h: Abertura

9h15: Mesa 1 – Saúde Mental e Suicídio entre Trabalhadores e Trabalhadoras: Como Estamos Enfrentando?

11h15: Lançamento do Livro “Desse Jeito Não dá Mais” com Debate e Presença do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região.

14h: Res Publica – Informe das Lutas por Saúde Mental nas Diferentes Categorias (Inscrições no Local).

15h30: Mesa 2 – Formas de Gestão do Trabalho e seus Efeitos: Assédio e Adoecimento Psíquico no Cenário de Trabalho.

17h: Encerramento e Saída para Ato “Pela Eliminação das Violências e do Assédio no Mundo do Trabalho” na Praça da Paz.

Redação da CUT

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