segunda-feira, setembro 16, 2024

Com Sheinbaum no México, apenas quatro mulheres são presidentes e governam países no mundo

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Com a eleição de Claudia Sheinbaum para presidente do México neste domingo (02/06), o mundo passa a ter quatro países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) governados por presidentes mulheres que também atuam como chefes de Governo.

De acordo com o reconhecimento da ONU, há 193 Estados soberanos, ou seja, países reconhecidos internacionalmente, no mundo. Desses, apenas 14 têm mulheres à frente de seu governo, seja como presidentes ou primeiras-ministras, ou seja, menos de 10%.
Confira a lista de mulheres presidentes e chefes de Governo de países no mundo atualmente:

Claudia Sheinbaum, México

Sheinbaum foi eleita a 1º presidente mulher do México nas eleições deste domingo (02/06). Bailarina, atleta e cientista, ela irá comandar o país latino-americano até 2030. 

Apoiada pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, alcançou o cargo mais importante do país com uma altíssima votação, obtendo pouco mais de 58% das preferências, e mais que dobrando a votação da sua principal adversária, a senadora direitista Xóchitl Gálvez, que angariou cerca de 28%.

Também fazendo parte da América do Norte, o México se torna assim o primeiro país da região a ter uma mulher como mandatária.

Dina Boluarte, Peru

Apesar de ser a atual mandatária do Peru, Dina Boluarte não foi uma presidente mulher eleita pelo processo eleitoral. Mas sim assumiu o governo peruano por ser vice-presidente do ex-mandatário Pedro Castillo, que sofreu um processo de impeachment em dezembro de 2022.

Boluarte, apesar de ter chegado à Presidência na coalizão de esquerda de Castillo, hoje apresenta pautas à direita e tem enfrentado uma investigação por enriquecimento ilícito por parte do Ministério Público.

Apesar de ser uma das quatro líderes mulheres na América Latina, Boluarte não saudou Sheinbaum pelo resultado eleitoral.

Xiomara Castro, Honduras

Atual presidente de Honduras, na América central, Xiomara Castro, foi eleita em novembro de 2021 e assumiu o cargo em janeiro de 2022. Seu governo trazia o peso de ser a 1º mulher presidente de Honduras e assumir a administração após 12 anos do golpe de Estado que destituiu seu esposo, Manuel Zelaya, e instaurou governos  conservadores.

Logo após os resultados da eleição de Sheinbaum, Castro foi uma das primeiras líderes mundiais a contatar a recém-eleita presidente para parabenizá-la e firmar unidade em trabalhos na América Latina.

Sandra Mason e Mia Mottley, Barbados

No Caribe, Sandra Mason é a presidente e Mia Mottley, a primeira-ministra de Barbados. Em uma república parlamentarista, Mason – desde novembro de 2021 – atua apenas como chefe de Estado e Mottley – desde 2018 – como chefe de Governo.

Assim, a primeira-ministra está presente em reuniões de organismos internacionais, tornando-se uma voz ativa contra a crise climática, o racismo e a desigualdade racial e o imperialismo.

No passado, países da América Latina já havia eleito mulheres para presidir seus governos em outras sete ocasiões. Confira:

Dilma Rousseff, Brasil (2011-2016)

O Brasil, em 2010, elegeu sua primeira presidente mulher, Dilma Rousseff, atual líder do Novo Banco do Desenvolvimento (Banco dos Brics).

Em 2014 foi reeleita para governar até 2018, mas sofreu um golpe de Estado por supostas acusações de pedaladas fiscais, fazendo com que seu governo chegasse ao fim em 2016.

Laura Chinchilla, Costa Rica (2010-2014)

Em 2010, a população da Costa Rica elegeu sua primeira presidente mulher, que governou até 2014. Durante sua eleição vitoriosa, ocupava o cargo de vice-presidente de Óscar Arias.

Na contramão de outras líderes latino-americanas, Chinchilla trabalhava com pautas conservadoras como a criminalização do aborto e contra o casamento homoafetivo.

Cristina Kirchner, Argentina (2007-2015)

Até hoje como uma das maiores figuras políticas femininas na América Latina e em especial na Argentina, Cristina Fernández Kirchner foi eleita como presidente em 2007, sendo reeleita em 2011. Ela também atuou como vice-presidente de Alberto Fernández de 2019 a 2023.

Kirchner não foi a primeira presidente mulher da Argentina, sendo este cargo primeiramente ocupado por Isabel Martínez de Perón, que assumiu o governo após a morte de seu marido, Juan Domingo Perón, em 1974. Assim, Kirchner foi apenas a primeira presidente mulher eleita por voto direto.

Michelle Bachelet, Chile (2006-2010; 2014-2018)

Antes de atuar como alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet foi presidente do Chile em duas ocasiões: de 2006 a 2010 e posteriormente, pelo país não permitir reeleição, de 2014 a 2018.

Médica pediatra, Bachelet tem histórico de luta contra a ditadura de Pinochet no Chile (1973-1990). Como presidente progressista, atuou com grande apoio popular devido aos seus programas de assistência a pessoas em vulnerabilidade e inclusão social.

Mireya Moscoso, Panamá (1999-2004)

Mireya Moscoso tornou-se, em 1999, a primeira presidente do Panamá. Produtora de café, era esposa do ex-presidente Arnulfo Arias, que teve três mandatos interrompidos por golpes militares no país.

Foi durante o governo de Moscoso que o Panamá libertou-se da presença dos Estados Unidos, obtendo sua total soberania

Violeta Chamorro, Nicarágua (1990-1997)

Violeta Chamorro foi eleita em 1990 como presidente da Nicarágua em um pleito em que derrotou o atual mandatário, Daniel Ortega. A jornalista foi eleita a primeira presidente mulher do país e da América Latina.

Primeiras-ministras

Alguns países na Europa, Ásia, Oceania e África apresentam um modelo de governo em que apesar de ter a figura de um presidente, os responsáveis pela administração do país são primeiras-ministras, como: Bangladesh (Sheikh Hasina); Bósnia e Herzegovina (Borjana Kristo); Dinamarca (Mette Frederiksen); Estônia (Kaja Kallas); Irlanda do Norte (Michelle O’Neill); Itália (Giorgia Meloni); Lituânia (Ingrida Šimonytė); Samoa (Fiame Naomi Mata’afa); e Togo (Victoire Tomegah-Dogbe).

O contrário também acontece, com países que nomearam mulheres como presidentes, mas seus chefes de Governo ainda são homens, como no casos: Etiópia (Sahle-Work Zewde); Eslováquia (Zuzana Čaputová); Eslovênia (Nataša Pirc Musar); Geórgia (Salome Zourabichvili); Grécia (Ekaterini Sakellaropoulou); Hungria (Katalin Novák); Índia (Droupadi Murmu); Moldávia (Maia Sandu); Nepal (Bidhya Devi Bhandari); Tanzânia (Samia Suluhu), Islândia (Halla Tomasdottir); e Trinidade e Tobag (Christine Kangaloo).

Fonte: Brasil de Fato

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