O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs), Julimar Roberto, participou da abertura do 13º Congresso da Fenatrad – Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, realizado entre os dias 19 e 24, que recebeu o nome da companheira Luiza Batista Pereira, histórica dirigente que foi secretária-geral da entidade e protagonista de conquistas fundamentais, como o registro sindical da categoria.
Em sua fala, Julimar destacou a importância da mobilização permanente das trabalhadoras domésticas.
“Reafirmo o compromisso da Contracs com essa categoria que enfrenta tantos desafios. Homenagear Luiza Batista é reconhecer a trajetória de luta que abriu caminho para que as trabalhadoras domésticas conquistassem direitos básicos, como a carteira assinada. Ainda temos um longo percurso, mas este congresso é espaço de fortalecer estratégias e construir avanços. Desejamos que seja um encontro vitorioso e que traga cada vez mais conquistas para essas mulheres guerreiras”, afirmou o presidente.
O congresso reúne 250 lideranças de 13 estados e tem como eixos principais a denúncia das violações de direitos e a construção de estratégias para garantir trabalho decente, igualdade de direitos e reparação histórica.
Entre os destaques da programação, está a reunião com Tomoya Obokata, Relator Especial da ONU para formas contemporâneas de escravidão, que acontece nesta quarta (20), e a mesa sobre trabalho escravo doméstico, no dia 22, que contará com a participação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Fenatrad, Conaete e outras instituições.
O encontro também celebra conquistas históricas, como a promulgação da Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que passou a integrar oficialmente a legislação brasileira em 2024, com status superior à Lei Complementar 150/2015. Esse avanço reforça a equiparação de direitos da categoria com os demais trabalhadores.
Além do debate político e sindical, o congresso presta uma homenagem especial a Luiza Batista Pereira, falecida em março de 2025. Mulher negra, trabalhadora doméstica desde os 9 anos e referência no movimento sindical, Luiza presidiu tanto a FENATRAD quanto o Conselho CNTD de 2016 a 2025. Sua luta, marcada pela afirmação de que “trabalhadora doméstica não é parte da família, é parte da classe trabalhadora”, permanece como legado para as novas gerações.
