sexta-feira, novembro 22, 2024

CGU: Bolsonaro torrou R$ 9,7 bi em benefícios sociais durante período eleitoral

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Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o governo Jair Bolsonaro (PL) liberou 84% de todos os recursos de auxílios financeiros durante o período eleitoral de 2022, quando o então mandatário tentava ser reeleito à chefia do Executivo Federal. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os gastos entre os meses e agosto e outubro chegaram a R$ 9,77 bilhões, de um orçamento previsto de R$ 11,65 bilhões para empréstimos consignados do Auxílio Brasil, do Auxílio Caminhoneiro e do Auxílio Taxista, afetando cerca de 3,7 milhões de beneficiários.

“O que me parece claro, lendo os relatórios, houve sim o uso desses instrumentos de maneira inadequada durante o período eleitoral”, disse o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, de acordo com a reportagem. No caso do Auxílio Taxista, a auditoria apontou que quase 80% dos 246 mil beneficiários estavam fora do perfil, incluindo pessoas sem carteira de motorista que receberam o benefício, resultando em R$ 1,4 bilhão em pagamentos indevidos. Somando todos os benefícios, foram R$ 1,97 bilhão em potenciais pagamentos irregulares.

Carvalho anunciou que a CGU conduzirá uma investigação para apurar responsabilidades por eventuais desvios e os dados serão encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como parte das análises que investigam o possível uso político dos benefícios para favorecer a campanha de Bolsonaro em 2022. Além disso, serão tomadas medidas para recuperar os recursos pagos indevidamente.

Ainda conforme a reportagem, o levantamento da CGU também revelou que 3 milhões de pessoas realizaram empréstimos consignados durante o período eleitoral de 2022, com um valor médio de R$ 2.567,52 e juros anuais de 51,11%. Carvalho destacou que os juros cobrados das pessoas beneficiárias do Auxílio Brasil foram maiores do que aqueles aplicados a pessoas com acesso a crédito consignado. Além disso, 46 mil famílias beneficiárias do Auxílio Brasil tiveram descontos indevidos, totalizando R$ 8,4 milhões.

Redação da CUT

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