Uma comitiva da Ahhui Federation of Trade Unions, que representa milhares de trabalhadores de 10 indústrias da província chinesa de Anhui esteve presente, nesta sexta-feira (28), na sede da CUT Nacional, onde foi recebida pela vice-presidenta, Juvandia Moreira, o secretário-Geral, Renato Zulato, o secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo e o presidente da CUT São Paulo, Raimundo Suzart.
O encontro, em que foi assassinado um Tratado de Amizade, Comunicação e Cooperação” entre as duas entidades sindicais, abriu um diálogo para que juntas possam unir esforços em defesa da classe trabalhadora.
Os chineses perguntaram detalhes de como funciona a estrutura da CUT e seus sindicatos. Juvandia respondeu e destacou que a CUT tem, por decisão em Congresso, que metade da sua direção seja composta por mulheres. Os chineses explicaram como funcionam a Federação que representam, e a Central daquele país, que representa 400 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, diante de uma população de 1,2 bilhão de habitantes. Na China toda empresa que tiver no mínimo 25 trabalhadores é obrigada a se reportar a um sindicato.
Xu Facheng destacou que a visita ao Brasil tem como objetivo primeiramente reforçar a comunicação, o diálogo dos sindicatos dos dois países, para proteger melhor os direitos dos trabalhadores.
“Tanto Brasil como China são membros do Brics e esta é uma oportunidade para não somente reforçar a amizade entre os governos e países, mas entre os povos”, declarou o vice-presidente da Ahhui Federation of Trade Unions.
Para Juvandia Moreira, a visita dos chineses vai além de um diálogo. Significa conhecer efetivamente como funciona a organização sindical, a sociedade e a economia chinesa.
“Eles têm um planejamento estratégico de longo prazo muito importante, e aqui nós temos um país continental com muitos trabalhadores formais e informais, o que traz muitos desafios, mas diferentemente dos chineses, nós temos uma elite que não tem projeto de país, que não quer regular alguns temas estratégicos para a soberania e o fortalecimento da democracia”, analisa a vice-presidenta da CUT.
Nós queremos conhecer, entender como é que o povo chinês tem essa consciência de que para fortalecer a sua economia é ter o Estado induzindo esse crescimento, regulando as atividades. Por isso, que a economia chinesa cresce tanto no mundo. Já aqui no Brasil, quando se fala em investimento público nossa elite questiona e vê como gasto
O secretário-Geral da CUT ressaltou que a troca de experiências entre o movimento sindical brasileiro e o chinês é muito importante porque tem muitas indústrias chinesas aqui no Brasil, e que, ao conhecermos como funciona o sindicalismo na China poderemos trabalhar em parceria
“Se ocorrerem problemas com as empresas chinesas instaladas aqui os sindicados de lá serão um parceiro nosso para resolver a situação. Então, eu acho muito importante essa iniciativa da Secretaria de Relações Internacionais da CUT de convidar uma delegação internacional para troca de experiências”, disse Renato Zulato.
Ao final do encontro foi assinado o “Tratado de Amizade, Comunicação e Cooperação” entre a CUT e a Ahhui Federation of Trade Unions.
Fonte: Redação CUT