Atividade que visa à formação sindical ocorreu em Porto Velho
Entre os dias 17 e 18 de outubro de 2013, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) realizou, em Porto Velho/RO, mais uma oficina regional de negociação coletiva em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Desta vez, participaram do encontro 14 dirigentes das entidades filiadas dos estados do norte do país.
Sob a coordenação do técnico do Dieese, a oficina se iniciou com a apresentação dos presentes, que foram convidados a lerem pequenos textos simulando uma negociação de venda e produção de arroz e feijão, a herança de joias entre irmãos e a vida no deserto entre o capitão e o prisioneiro.
A negociação permeia as relações humanas, ou seja, no cotidiano, em situações do dia a dia sempre se negocia, seja no trabalho, em reuniões, viagens, com os filhos, etc. Por isso a habilidade em negociar é fundamental.
Essas simulações foram no âmbito individual, no caso de um debate coletivo os elementos são os mesmos, mas a complexidade se amplia, pois dependerá da vontade do coletivo que representa.
O debate foi pautado nas greves que recentemente, como a dos bancários e professores, encontraram grandes dificuldades para a negociação e ainda tiveram que enfrentar a mídia. Entretanto o debate em grupo foi além de reajustes salariais. A ideia era identificar as possíveis melhorias no sistema. O técnico do Dieese ressaltou que a mobilização é uma ação fundamental para a pressão. Outro fator importante é o conhecimento, para que as negociações sejam propositivas.
Em seguida, os participantes foram divididos em três grupos, representando os trabalhadores, empresários e Estado. Tarjetas com ações que identificassem cada momento da negociação foram distribuídas, sendo elas 1º. momento, 2º. momento e o 3º. momento, com greve ou sem greve. Essa proposta teve como objetivo identificar cada momento do processo de negociação, e principalmente o papel de cada ator.
Após as análises, a apresentação dos atores e ações foi feita e as dúvidas para a identificação foi em torno do momento de atuação para Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
Divididos em dois grupos, com papel e caneta, os participantes foram instigados a responder a seguinte pergunta:
As regras do processo de negociação coletiva são boas para os trabalhadores? Por quê?
Eles chegaram conclusão de que são boas, que é possível existir uma mobilização de uma categoria com voz e ouvidos, para assim, avançar nos direitos. Os sindicatos tem apoio de federações, confederações e centrais sindicais. Mas também frisaram que o ponto negativo é que a sociedade não apoia o movimento dos trabalhadores e mesmo assim se beneficia com as conquistas.
Para finalizar a atividade, os participantes lembraram da necessidade dos debates de reajustes salariais serem interligados com debates de pauta para toda a classe trabalhadora, como disputa de hegemonia da sociedade.