sexta-feira, dezembro 13, 2024

Comércio é a segunda maior categoria do Brasil e é responsável por 70% do PIB nacional

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Embora seja um setor avantajado economicamente, categoria sofre com baixa remuneração, extensas jornadas e com a informalidade

Mais de cem comerciários de todo o país se reuniram no fim da tarde desta quarta-feira, dia 20, no centro de São Paulo, durante o 1º Encontro Nacional do Fórum Unificado dos Comerciários. Com o lema “Unificar para avançar”, o encontro terá a duração de dois dias e reúne comerciários das quatro maiores centrais sindicais do país: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e as confederações de trabalhadores do setor Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).

Durante a cerimônia de abertura, o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Wagner Freitas afirmou que a CUT vê com bons olhos a negociação coletiva e a força do Fórum Unificado que “consegue dialogar de maneira geral e potencializar os instrumentos de luta contra os patrões e que deve ser um modelo a ser seguido pelos outros ramos da CUT”.

Neste contexto, o 1º Encontro Nacional do Fórum dos Comerciários foi criado para dialogar sobre as formas de resgatar o valor social do trabalho decente do comerciário e a promoção de vida digna dos trabalhadores. O técnico do Dieese, Airton Santos fez uma avaliação da importância do setor do comércio na economia. Atualmente o comércio representa 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O ramo é o segundo maior do país em número de trabalhadores e fica atrás apenas do setor de serviços.

Quase 20% dos trabalhadores brasileiros são do ramo do comércio. Essa categoria é composta em sua maioria por mão de obra jovem que tem uma baixa remuneração, sofre com a extensa jornada de trabalho e com a rotatividade do setor.

José Silvestre, técnico do Dieese avaliou a rotatividade e destacou que um dos maiores pesos da categoria do comércio são as demissões por justa causa e o desligamento a pedido do trabalhador que encontra-se insatisfeito com as condições de trabalho inadequadas.

Segundo Silvestre, uma das causas do aumento de pedidos de desligamentos é a melhoria ocorrida na economia nos últimos 12 anos. Em contrapartida, a maioria dos trabalhadores que são demitidos tem o vínculo empregatício rompido antes dos seis meses de trabalho. Esse número chega a representar 63% dos trabalhadores que podem ser caracterizados como trabalhadores temporários. Entre os trabalhadores mais afetados pelas demissões estão os vendedores de comércio e varejo, os operadores de caixa, auxiliares de escritório e os repositores de mercadoria.

O DIEESE construiu em conjunto com o movimento sindical, propostas de enfrentamento a rotatividade, sendo:

– Regulação do artigo 239 da CF;

– ratificação da convenção 158 da OIT;

– fim do contrato de experiência;

– Desonerações fiscais, somente com contrapartida da manutenção do emprego;

– entre outras;

E também  elencou os desafios a serem enfrentados:

– baixa remuneração

– Informalidade

– elevada rotatividade

– Extensas jornadas

– Não há regulação para a instalação de grandes redes supermercadistas no país,

– novas tecnologias – e-comerce

 

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