sábado, outubro 12, 2024

Solidária, Contracs entrega cestas básicas a trabalhadores/as com benefícios atrasados em Cubatão

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Trabalhadores/as do asseio e conservação de Cubatão estão a 35 dias de greve e não recebem benefícios há meses

Nesta quarta-feira (17), a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) entregou 100 cestas básicas aos trabalhadores e trabalhadoras de asseio e conservação da empresa Cursan, de Cubatão, em um ato de solidariedade. Há 35 dias em greve, os trabalhadores/as estão com o salário do mês de julho atrasado e não recebem os benefícios como cesta básica e vale transporte há dois meses.

Na semana passada, a Contracs se juntou ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Cubatão, Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga (Sindilimpeza) em sua manifestação grevista, que exigia o pagamento do salário atrasado e dos demais benefícios.

A falta de diálogo com a empresa Cursan – que é de economia mista e tem sua maior parte sob participação da prefeitura de Cubatão – e com a Prefeitura fez com que os manifestantes ocupassem a antessala da prefeita do município em busca de diálogo e de resolução do conflito.

30 trabalhadores/as em greve compareceram ao sindicato nesta quarta-feira para receber a ajuda que a Contracs ofereceu. As demais cestas serão distribuídas pelo sindicato aos demais grevistas, que tem enfrentado sérias dificuldades.

O presidente da Contracs, Alci Matos Araujo, participou da entrega. “A preocupação nossa é com todos os militantes que estavam na rua e nós fizemos o gesto de solidariedade da Contracs. É importante que a gente leve essa organização junto com o Sindilimpeza – e aqui estão com duas companheiras tanto a Lindinalva quanto a Cleide – e estão em mobilização constante tentando mobilizar e resolver os problemas. Que vocês tenham melhores dias e a gente consiga de fato o direito do pagamento dos valores que foi feito com o devido labor e trabalho. Nós estamos juntos na luta para fazer pressão tanto na mídia quanto nas instituições. Parabéns a todos vocês que estão na luta!”

Luciene Barbosa, de 37 anos, está junto ao movimento grevista desde o início. A trabalhadora teve seu último pagamento em junho quando saiu em férias. “Esperava o pagamento para este mês, porque já tinha passado o mês das férias, e eles não efetuaram meu pagamento como de muitas aqui. Então, a cesta básica vai ser de grande valia porque vai me ajudar na alimentação e o que eu gastaria com alimentação, eu vou poder quitar uma conta de água, luz e uma prestação porque infelizmente os credores não esperam.”

Ela alegou que o presidente da Cursan faz o que quer, ignorando os compromissos que a categoria tem que honrar. “Nós temos que trabalhar praticamente de graça. Estamos praticamente desempregados, mas com carteira assinada. Então, está sendo válido o apoio do Sindicato e dos companheiros e companheiras que estão juntos nessa luta.”

Genésio Santos de Souza trabalha na Cursan desde 2004 e está com os salários atrasados desde o mês de julho. Segundo ele, não é apenas o salário que está em falta. Os benefícios também estão em atraso: há três meses Genésio não recebe o vale refeição; há 4 meses não recebe o benefício chamado cartão gift e há dois meses a empresa não fornece a cesta básica. Para piorar, Genésio afirmou que a empresa não deposita seu FGTS há 43 meses.

“Eu espero que eles cumpram a função deles, que é a de pagar certo os direitos do trabalhador, que é para a gente voltar a trabalhar. Nós estamos aqui não é porque nós queremos, nós estamos aqui para reivindicar o direito que nós temos para receber. A empresa faz o que quer com o trabalhador só que não pode ficar deste jeito e eles têm que tomar uma providência, tem que acertar as contas com o trabalhador. O que não dá é a gente ficar assim: trabalha, atrasa o pagamento, atrasa os benefícios e com isso as contas da gente em casa vão se acumulando também e aí vem as cobranças e a gente não pode cumprir nossos compromissos em casa.”

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