Número de trabalhadores, sexo, remuneração média e escolaridade foram abordados.
Nesta quarta-feira (22), durante o II Encontro Nacional do Setor de Asseio e Conservador e Limpeza Urbana, o técnico do Dieese na subseção da Contracs, Adalberto da Silva, traçou o perfil das categorias, mostrando as características como idade média, remuneração, escolaridade e o número de trabalhadores em cada setor.
Segundo Adalberto, o estoque de trabalhadores diminuiu nos últimos dois anos, diante da crise econômica brasileira. No setor de limpeza urbana, até 2014 o número de trabalhadores vinha aumentando, mas em 2015 começou a cair. De acordo com a RAIS, a região Sudeste foi a que mais reduziu postos de emprego. Já no setor de asseio e conservação, em 2014 houve crescimento do número de trabalhadores, que caiu em 2015 com maior impacto na região nordeste.
A movimentação no mercado de trabalho teve saldo negativo tanto na limpeza urbana quanto no setor de asseio e conservação, que teve maior redução de postos de trabalho.
Já a remuneração média dos dois setores comprovou o impacto da valorização do salário mínimo. No setor de asseio e conservação, o salário passou de R$ 845,45 em 2012 para R$ 1091,55 em 2015. Na limpeza urbana, a média salarial passou de R$ 1.279,88 em 2012 para R$ 1.663,30 em 2015.
A composição entre os setores é diferente em relação ao sexo. Na limpeza urbana, os homens compõem 81% da categoria enquanto as mulheres somam apenas 19%. No setor de asseio e conservação, as mulheres são maioria compondo 61% dos trabalhadores enquanto os homens somam 39%.
Em relação à idade, ambas as categorias contam com trabalhadores/as na mesma faixa etária e maior concentração de trabalhadores com mais de 30 anos. Além disso, os dois setores contam com concentração de trabalhadores com 12 meses ou mais no posto de trabalho.
Sobre a escolaridade, no asseio e conservação a maior concentração dos trabalhadores possui ensino médio completo já na limpeza urbana, os trabalhadores estão distribuídos majoritariamente até fundamental completo. Surpreende, no entanto, o número já crescente de trabalhadores que ascenderam ao ensino superior completo e incompleto em ambas as categorias.
Ao analisar a distribuição dos reajustes salariais nos últimos anos, o técnico do Dieese destacou que a partir de 2004 houve queda nas negociações abaixo da inflação, permitindo que a maioria das categorias obtivessem ganhos reais. No entanto, em 2015, as negociações acima da inflação diminuíram drasticamente e aumentou significativamente as negociações abaixo da inflação, que sequer conseguiram fazer a reposição inflacionária.
Ao traçar as expectativas para as próximas negociações coletivas, Adalberto da Silva ressaltou o que crescimento econômico será próximo a zero com uma tendência na queda da inflação. Desta maneira, o mercado de trabalho continua fraco com aumento do desemprego e da informalidade. Ao tratar dos desafios do movimento sindical diante deste cenário, Adalberto reafirmou que é necessário conquistar o aumento real bem como aumentar o patamar dos ganhos além de pressionar por mudanças na política econômica, que levou o país à recessão, que afeta o mercado de trabalho, aumenta o desemprego e a informalidade e reduz a renda.