Artigo da Secretária de Promoção da Igualdade Racial, Paloma Santos
Liberdade para quem?
Dia da amnésia nacional.
A falsa libertação, através de uma canetada, em que a princesinha não podia fazer mais nada.
Mas em 1988, não falaram que muitos negros já haviam conseguido comprar sua alforria, mediante a toda covardia, de um país onde não havia democracia.
13 de maio, para a branquitude racista e capitalista brasileira, é dia de liberdade… Liberdade?
134 anos se passaram e, até hoje, sobre o 14 de maio bem comentaram.
E o que houve depois do dia 13?
Todos negros “libertos” estavam empregados?
Tinham direito à moradia, educação, saúde?
O que fizeram com está população liberta?
Os grilhões ainda fazem barulhos, atordoam a alma.
Os gritos e gemidos ainda se ouvem
O banzo circula nas memórias que restaram nos Griôs.
2022 continuamos a lutar e resistir para existir.
Brasil, terra que mata a memória, a história verdadeira de tortura e genocídio de um povo.
O que era visto como coisa, sempre foi resistência.
Arrancavam nossas cabeças, salgavam e espetavam em praça pública como punição, somente por lutar por liberdade, lutar pela liberdade.
Salve Dandara dos Palmares, Zumbi, Ganga Zumba, Luiza Main e todos aqueles e aquelas, reis e rainhas, que foram tirados de suas terras para serem escravizados nesta terra, hoje chamada Brasil.
Salve, todos aqueles e aquelas, que tiveram seu nomes trocados, suas línguas e tradições arrancadas.
Salve, todos aqueles e aquelas que resistiram para que nós estivéssemos aqui.
Não à falsa abolição.
Por Paloma Santos
Secretária de Promoção da Igualdade Racial