Mais um escândalo de desperdício de dinheiro público durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) veio à tona com um levantamento feito pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara dos Deputados. O relatório, obtido com exclusividade pela TV Globo mostra que mais de R$ 2 bilhões em insumos adquiridos pelo Ministério da Saúde foram descartados nos quatro anos do governo anterior.
Os materiais jogados no lixo e posteriormente incinerados incluem medicamentos e vacinas. No entanto, ainda há insumos cujo prazo de validade se aproxima do vencimento. São cerca de 75 milhões de itens que vencem nos próximos 90 dias.
O relatório da Comissão é resultado de uma vistoria feita no almoxarifado central do ministério, na última sexta-feira (14). O documento aponta ‘falta de organização e articulação entre os processos de compra e logística e as necessidades da população’, como a causa para tais desperdícios.
À reportagem da Globo, o deputado federal Daniel Soranz (PSD-RJ), afirmou que é necessário que o Ministério da Saúde reestruture o projeto de logística, ou seja, a distribuição de medicamentos e vacinas no país, “para que os erros do passado não sejam repetidos”.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o desperdício é inadmissível e demonstra o descaso da gestão da pasta no governo Bolsonaro e que trabalha em soluções conjuntas com os estados e municípios para evitar novos desperdícios.
Vacinas perdidas
Desde o início do ano, levantamentos feitos pelo governo federal já vêm detectando perdas de vacinas por vencimento do prazo de validade. Em janeiro, já sob a gestão da ministra Nísia Trindade, o ministério verificou a perda de 27,1 milhões de imunizantes. Somadas às 9,9 milhões de doses perdidas em 2021, o total contabiliza 38,9 milhões de vacinas inutilizadas durante o governo de Bolsonaro, com o então ministro Marcelo Queiroga no comando da Pasta.
“A atual gestão do Ministério da Saúde se deparou com um cenário de 27,1 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 sem tempo hábil para distribuição e uso”, informou o ministério, em nota, à época.
Resultado da negligência e do negacionismo como ações constantes no governo anterior, o Brasil chegou – e se manteve – na posição de segundo país no mundo com maior número de vítimas da Covid-19. Ao todo são mais de 700 mil mortos.
Redação da CUT