A Contracs-CUT, em nome de suas entidades filiadas e dos trabalhadores e trabalhadoras que representa, manifesta sua total solidariedade às deputadas Juliana Cardoso (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). Repudiamos veementemente a violência política de gênero e a perseguição política contra essas importantes representantes do povo brasileiro, eleitas legitimamente e que atuam em defesa das minorias.
Covardemente, essas seis deputadas foram levadas a enfrentar processos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e correm o risco de perderem seus mandatos. Trata-se de uma ofensiva machista e misógina, sob a falsa alegação de quebra de decoro, que tenta silenciar as mulheres no Congresso Nacional. No tempo recorde de 4 horas, o processo contra as parlamentares foi aceito e encaminhado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), enquanto que outros deputados envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro sequer foram encaminhados ao Conselho.
Como se não bastasse a injustiça cometida, o Conselho que vai avaliar o processo é composto por 20 homens e, apenas, 1 mulher, o que aprofunda ainda mais a ofensiva contra as deputadas.
Devido a isso, a Contracs-CUT vem à público reafirmar que não abriremos mão de nenhum desses mandatos. Não admitiremos retroceder em conquistas e nem perder as principais lideranças nas pautas de defesa das mulheres, dos Direitos Humanos e de garantia da democracia. A Confederação endossa as palavras da deputada Erika Kokay (PT-DF), onde ela afirma que “a tentativa de cassarem nossos mandatos reflete uma lógica misógina e uma nítida violência política de gênero. Existe um projeto sexista em curso e que aponta que nós não fizemos o luto dos nossos períodos traumáticos, inclusive ao colonialismo, onde os donos da terra também se sentem donos dos corpos femininos. Essa lógica precisa ser combatida”.
Na defesa desses mandatos, a Frente Parlamentar Feminista e Antirracista com Participação Popular lançou a Campanha Nacional contra Violência Política de Gênero e Raça. A ação visa dar visibilidade nacional aos pedidos de cassação que foram abertos pela Comissão de Ética contra as seis deputadas federais progressistas e mostrar que a sociedade não admite essa atitude machista e misógina. Para participar, basta acessar o site e votar em https://www.elasficam.org/.