segunda-feira, maio 6, 2024

Sérgio Nobre: Movimento sindical é fundamental para a sobrevivência dos mais pobres

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O presidente da CUT Nacional Sérgio Nobre participou na noite de segunda-feira (15) em Salvador, da abertura do 16º Congresso Estadual da CUT-Bahia – encontros estaduais que estão sendo realizados em todo o país para atualizar as estratégias de luta, redefinir as novas direções e apontar as resoluções que serão encaminhadas ao 14º Congresso Nacional da CUT (CONCUT).

Na cidade nordestina, região fundamental para o enfrentamento ao negacionismo adotado pelo governo do ex-presidente, hoje inelegível, Jair Bolsonaro (PL), o dirigente ressaltou a importância de destacar o papel fundamental do movimento sindical na luta pela sobrevivência das camadas mais pobres da população brasileira.

Sérgio Nobre afirmou que mesmo comparado ao período da ditadura militar, que enfrentou enquanto trabalhador metalúrgico da região do ABC nos anos 1980, a classe trabalhadora viveu o pior período de sua história a partir de 2016, ano do golpe imposto pelo ex-presidente golpista Michel Temer (MDB).

“Sofremos um período de ataque, de desmonte, sem financiamento desde 2016 e acharam que iríamos parar de lutar, fechar as portas. Mas isso não aconteceu. Quando a nossa gestão tomou posse, em outubro de 2019, cinco meses depois, veio a pandemia e ficamos dois anos e meio em isolamento social. Tivemos que aprender a lidar com esse novo momento, com um governo negacionista, contra vacina, atacando governadores, atacando instituições e nosso papel foi fundamental na resistência. Os sindicatos da CUT e de outras centrais se abriram à população, viraram ponto de apoio à comunidade, arrecadaram mantimentos, lutaram por vacina”, recordou

Sérgio Nobre lembrou ainda que foi a luta e a pressão das entidades sindicais que garantiram o auxílio emergencial de R$ 600, quando o governo dizia que o máximo possível era de R$ 120.

Porém, ressaltou, mesmo toda mobilização não impediu mais de 700 mil pessoas morressem e, por isso é necessário responsabilizar quem atuou para chegar a esse patamar.

“Temos que continuar na luta para que o Bolsonaro pague por todos os crimes que cometeu. Está inelegível, mas ainda não foi feita justiça”, afirmou.

Prioridades

De acordo com o presidente da CUT, o movimento sindical tem três tarefas importantes a cumprir nos próximos quatro anos. A primeira delas, consolidar a democracia e enterrar o bolsonarismo.

“Nas eleições municipais precisamos crescer muito, eleger muitos prefeitos e vereadores do movimento sindical e em 2026 eleger novamente o presidente Lula.”

A segunda é fazer a reforma do modelo de organização sindical. “A CUT completa 40 anos em 2023 e nasceu com a missão de construir um novo modelo de organização sindical. Porque o modelo que tinha há quatro décadas atrás não é o mais adequado. Mas, o atual continua sendo aquele que representa quem tinha carteira assinada, ou servidores concursados e metade da classe trabalhadora está fora. Não tem proteção porque são autônomos, microempreendedores, agricultores familiares, que precisam ter direito de se organizar e ter cobertura sindical”, disse

Por fim, ele apontou a necessidade de a CUT e das demais centrais manterem como referência a busca da qualidade de vida para a classe trabalhadora, com a luta de sindicatos por saúde e educação, proteção social e desenvolvimento sustentável.

Agenda nacional

Além da Bahia, a 5ª semana de CECUTs terá encontros no Distrito Federal e Minas Gerais, que ocorrem entre 18 e 20 de agosto. Ao final do processo também serão eleitos os delegados e delegadas que irão representar as regiões no 14º CONCUT, marcado para ocorrer entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo com o tema “Luta Direitos e Democracia que Transformam Vidas!”.

O encontro nacional celebra os 40 anos da CUT e apontará as frentes de luta em meio ao primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado por debates importantes como a retomada das políticas para a indústria e o impacto sobre a classe trabalhadora, a regulação do mercado para trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo e a revisão da política ambiental com foco em uma transição justa e igualitária.

Durante o CONCUT, a Central também definirá a nova direção nacional que comandará a entidade de 2023 a 2028.

Redação da CUT

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