sábado, outubro 5, 2024

Contracs repudia agressão contra vendedores ambulantes em São Paulo

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Inúmeras são as denúncias e vídeos que circulam na internet mostrando cenas da barbárie que se instaurou nas ruas e centros comerciais

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço vem a público repudiar a truculência com que a prefeitura de São Paulo tem tratado os vendedores ambulantes da capital paulista e oferecer seu apoio incondicional ao sindicato que representa a categoria.
Inúmeras são as denúncias e vídeos que circulam na internet mostrando cenas da barbárie que se instaurou nas ruas e centros comerciais. Policiais militares, contratados através da Operação Delegada, tratando trabalhadores e trabalhadoras como criminosos, e servindo de respaldo para que fiscais da prefeitura também ajam com brutalidade e completo desrespeito.
Além de agredirem homens e mulheres que estão tentando garantir o sustento de suas famílias, já que o desemprego assola o país, os agressores também apreendem dinheiro e mercadorias, piorando a situação daqueles que já padecem com a crise e a pandemia.
Por isso, a Contracs une-se ao Sindicato dos Trabalhadores Autônomos no Comércio de São Paulo para se contrapor às ações desumanas que estão sendo praticadas contra pais e mães de família que só querem a oportunidade de trabalhar.

“Vocês estão batendo num trabalhador”

Na última quinta-feira (4), um dos pacientes que aguardava atendimento filmou a ação dos agentes da prefeitura durante apreensão de mercadorias dos ambulantes em frente ao Hospital das Clínicas de São Paulo. Policiais e fiscais incidiram contra um vendedor espancando-o enquanto ele estava indefeso no chão. Enquanto filmava, a pessoa gritava: “vocês estão batendo num trabalhador”.
Trabalhador ambulante cai e continua sendo chutado pelos fiscais da prefeitura

Atitude covarde e desumana

Mas a violência contra os trabalhadores autônomos de São Paulo não são novidade. Em outubro de 2020, uma cena ficou famosa na internet. Um policial militar foi flagrado agredindo uma vendedora ambulante no Vale do Anhangabaú.
As imagens, divulgadas no Twitter do grupo “Anonymous Brasil” e em outras redes sociais, mostram PMs que integram a Operação Delegada agredindo com chutes uma mulher, que cai no chão e leva mais um pontapé nas costas.
PM é flagrado agredindo vendedora com chutes durante ação no Centro de SP

Violência sem medida

Em 15 de janeiro, na Praça da Sé, policiais militares agrediram Geová de Oliveira Lima, de 48 anos, também vendedor ambulante. “Os PMs puseram joelho e cassetete no meu pescoço, não consegui respirar, sangrei pela boca e desmaiei”, relatou o agredido.
O vendedor, que tem autorização para trabalhar, estava acompanhado da mulher e da filha, que gravaram a abordagem. Outras pessoas no local, inclusive funcionários da prefeitura, também registraram e divulgaram imagens da agressão.
Policiais espancam ambulante até deixá-lo desmaiado

A união vencerá o ódio

Na última quarta-feira (4), o Sindicato dos Trabalhadores Autônomos no Comércio de São Paulo promoveu um protesto contra as frequentes agressões aos vendedores e vendedoras ambulantes. A manifestação começou na Praça da Sé e seguiu até a Rua Direita, onde Geová foi agredido.
“Não podemos permitir que trabalhadores e trabalhadoras sejam tratados como bandidos por aqueles que deveriam nos proteger. Somos cidadãos e cidadãs e só queremos o direito de trabalhar para sustentar nossas famílias. Aqui não tem marginal! Somos trabalhadores e trabalhadoras”, reforçou o presidente do sindicato, Otavio Anísio Amaral Ramos.
Para o presidente da Contracs, Julimar Roberto, a ação dos PMs e dos fiscais é validada pelo governo municipal. “O abuso de autoridade, as agressões físicas e morais refletem o desrespeito com que a prefeitura da capital paulista trata os trabalhadores autônomos. É inadmissível que essa situação continue. O sindicato está denunciando e não vamos descansar enquanto essa barbárie não for contida”, disse o dirigente.
Segundo Otávio, novas ações estão sendo organizadas e ele conta com a adesão de toda a categoria. “Esse é o momento de unirmos forças, precisamos da integração de todos e todas para conter essa onda de violência e perseguição contra os vendedores nas ruas de São Paulo. Chega de vivermos com medo!”, finalizou.
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