A CPI mista dos atos golpistas aprovou nesta terça-feira (13) pedidos de convocação de ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL). Inclusive ex-ministros civis e militares, e auxiliares próximos. Entre eles, Anderson Torres, Mauro Cid e os generais Braga Netto e Augusto Heleno.
A comissão investiga não apenas os atos do dia 8 de janeiro, mas também fatos anteriores, que podem ter contribuído para a organização do vandalismo de cunho golpista.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) determinaram que testemunhas convocadas por uma CPI são obrigadas a comparecer para prestar esclarecimentos. Apenas investigados têm o direito de decidir se comparecem ou não.
Ainda não há definição da ordem dos depoimentos, que devem começar na próxima terça-feira.
Confira auxiliares de Bolsonaro convocados pela CPI:
- Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
- Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
- Jorge Naime, ex-comandante de Operações Polícia Militar do DF;
- Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
- Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do DF;
- George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza, suspeitos de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília.
Os integrantes da CPI analisaram 285 requerimentos para dar sequência aos trabalhos. Desses, 222 foram aprovados e 63 rejeitados. Com maioria governista, o colegiado aprovou pedidos que atingem Bolsonaro, aliados e apoiadores.
Tanto que entre as aprovações está acesso dos integrantes da comissão a dados extraídos do celular do ex-presidente pela Polícia Federal. As informações todas foram obtidas no âmbito das investigações sobre fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro, sua filha e de auxiliares.
Foi aprovada também a convocação de Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça do governo Lula e ex-interventor do DF. A oposição tentou, em vão, aprovar convite para o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública. E também a obtenção do plano de voo do presidente Lula naquele fim de semana de 8 de janeiro. Na ocasião, Lula viajou a Araraquara (SP) para avaliar estragos causados pela chuva, que deixou mortos e um grande prejuízo financeiro.
Também foram aprovados os seguintes pedidos:
- Convite a Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor do DF;
- Imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto;
- Imagens das câmeras de segurança do STF;
- Imagens das câmeras de segurança do Congresso;
- Imagens das câmeras de segurança da Praça dos Três Poderes;
- Alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Inquéritos da Polícia Federal;
- Processos administrativos do Ministério da Justiça;
- Todos os Protocolos de Ações Integradas (PAI) assinados para o 8 de janeiro;
- Quebras de sigilos pela Polícia Federal contra os suspeitos de tentaram explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília
Redação da RBA