sexta-feira, maio 3, 2024

Desafios globais e nacionais são destaques do 11º Congresso da Contracs

Leia também

O segundo dia do 11º Congresso da Contracs teve início com a aprovação do Regimento Interno. Por unanimidade, os delegados e delegadas presentes aprovaram o texto que foi apresentado pelos coordenadores da mesa, o secretário-geral da confederação, Valeir Ertle, e a conselheira fiscal da entidade, Gacyella da Silva.

Em seguida, a segunda mesa foi a de Análise de Conjunturas Nacional e Internacional, tendo como expositores o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, e o secretário-geral da UNI Américas, Marcio Monzane.

Em sua fala, Fausto fez um alerta sobre a crise enfrentada pelas instituições democráticas e as mudanças no cenário político. Segundo ele, os sindicatos, os partidos políticos, os Poderes, os serviços públicos, estão sendo constantemente ameaçados, nos fazendo entender que a disputa do século XXI não é a mesma do século XX.

“Historicamente, o adversário do PT sempre foi o PSDB, um partido social democrático. Mas nas últimas duas eleições, disputamos contra candidatos de ultradireita, o que muda todo o nosso entendimento sobre embate político”, disse.

Além disso, palestrante do Dieese enfatizou que as próximas eleições municipais serão cruciais para as relações entre o atual Governo Federal e o Congresso Nacional. Ele também apresentou dados impressionantes sobre o crescimento do setor de comércio e serviços, mas alertou que isso não se traduz necessariamente em um aumento nas sindicalizações.

“Infelizmente, os sindicatos compreendem apenas metade da malha trabalhadora no Brasil, e o comércio e serviços é o setor com maior rotatividade nos postos de trabalho, o que dificulta a manutenção das sindicalizações.”

Na perspectiva internacional, Marcio Monzane, secretário-geral da UNI Américas, abordou os conflitos permanentes que assolam o mundo desde a 2ª Guerra Mundial, contribuindo para a crise econômica e social que afeta trabalhadores globalmente.

“Em 2022, segundo a ONU, conflitos e violência obrigaram 84 milhões de pessoas a saírem de suas casas e, somente neste ano, 274 milhões de homens, mulheres e crianças precisarão de ajuda humanitária para sobreviver por causa de conflitos armados”, lamentou.

Monzane também discutiu as “reformas” em andamento em várias partes do mundo devido ao crescimento da extrema direita, enfatizando a necessidade de adaptação em meio a um cenário global em constante evolução.

“O mundo mudou e precisamos readequar nossos debates, nossas ações e reações”, reforçou.

Encerrando a manhã de debates, a mesa de balanço de gestão foi apresentada pelo presidente da Contracs, Julimar Roberto, reforçando a importância da transparência e da unidade para o futuro da organização.

“Foram inúmeros os desafios enfrentados ao longo desses quatro anos, mas nossa confederação cresceu mesmo em meio a tantas dificuldades. Essa conquista se deu graças ao empenho das centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que compõem a nossa base e formam as nossas entidades filiadas”, ressaltou.

À tarde, o 11º Congresso da Contracs continua com novos debates e trocas de experiência.

spot_img

Últimas notícias