segunda-feira, maio 6, 2024

11º Congresso da Contracs-CUT aborda desafios e avanços na organização sindical internacional

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Fechando os debates dessa quinta (21), durante o 11º Congresso da Contracs-CUT, a mesa de Organização Sindical no Mundo: Experiência Internacional reuniu representantes de entidades sindicais internacionais e trabalhadores para discutir os desafios e avanços na organização sindical em âmbito global.

O debate foi coordenado pelo secretário de Relações Internacionais da Confederação, Alci Araújo, e a diretora da entidade, Valderlandia Carvalho, e contou com a participação da UNI Américas, SEIU (Serviço de Empregados Internacionais Unidos), Solidarity Center e ITF (Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes).

O representante do SEIU, Rafael Messias Guerra, iniciou a discussão destacando a importância da luta sindical internacional.

“O SEIU abrange dois milhões de trabalhadores nos Estados Unidos e tem desempenhado um papel fundamental na campanha por um salário mínimo de US$ 15 por hora, que ganhou amplo apoio nos EUA”, informou.

Ele ressaltou as condições degradantes enfrentadas por trabalhadores, como a necessidade de usar fraldas geriátricas devido ao impedimento do uso de banheiros em alguns locais de trabalho.

“Por isso é importante o papel da organização em divulgar essas explorações para evitar que aconteçam em outros lugares do mundo”, enfatizou.

A trabalhadora da Starbucks em Nova York e membro do SEIU, Brandi Alduk, compartilhou sua experiência como empregada da rede de fast food nos EUA. Ela destacou os desafios enfrentados nos postos de trabalho, incluindo ameaças, assédio moral e sexual, e a perseguição em casos de sindicalização.

“É necessário um acordo coletivo para melhorar as condições de trabalho nos EUA, pois lá não temos acesso a licenças, nem férias e outros direitos que existem no Brasil”, lamentou.

Para o secretário-geral da UNI Américas, Marcio Monzane, é importante acompanhar as mudanças que não param de acontecer no mundo do trabalho e que foram aceleradas ainda mais pela pandemia.

“A UNI América reconhece a necessidade de adaptar-se às novas formas de trabalho, como o trabalho remoto, e modernizar a abordagem sindical”, disse Márcio ao compartilhar exemplos de sucesso de modernização sindical em outros países. Ele também destacou a importância de usar a tecnologia para uma comunicação eficaz com os trabalhadores em trabalho remoto.

A representante do Solidarity Center Brasil, Ana Júlia Guedes, enfatizou a importância da cooperação entre trabalhadores de diversos setores e a oportunidade de resistir às ondas conservadoras e extremistas.

“O Solidarity Center promove a troca de experiências entre trabalhadores brasileiros e americanos e busca fortalecer os sindicatos, valorizando a formação política e o diálogo com a base trabalhadora. Além disso, a organização se dedica a promover transições justas e a preservação ambiental em setores dependentes das condições climáticas”, explicou.

A necessidade de haver uma solidariedade sindical internacional, em face das ameaças de governos de extrema direita, foi levantada pelo representante do ITF Emiliano Addisi. Ele ressaltou os desafios impostos pela pandemia e pela “quarta revolução industrial”, que estão transformando o mundo do trabalho.

“O ITF busca sindicalizar trabalhadores de aplicativos e organizar mulheres, jovens e trabalhadores informais, priorizando a luta por condições dignas de trabalho, saúde mental e segurança”, afirmou.

Fernando Martinez, do Confederación de Trabajadores de México (CTM), destacou os esforços em curso em seu país para promover uma reforma trabalhista que valorize os sindicatos e as negociações coletivas verdadeiras.

“Por isso é importante que haja relações sólidas entre sindicatos internacionais para garantir trabalho digno em todo o mundo e eliminar falsos sindicatos”, enfatizou.

Os participantes da mesa também destacaram a necessidade de construir alianças sólidas entre sindicatos internacionais, com a reafirmação do compromisso de lutar por um mundo do trabalho mais justo, digno e igualitário.

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