sábado, outubro 12, 2024

Mesa de debates esclarece dúvidas sobre os desmontes previdenciário e trabalhista

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Preocupados com o desmonte da legislação trabalhista aprovado no Senado Federal e com a tramitação do projeto que prevê o fim da previdência pública no país, os delegados sindicais presentes na 3ª Plenária Nacional da Contracs/CUT debateram sobre estratégias de luta e resistência contra os sucessivos golpes parlamentares na tarde dessa terça-feira (25). Para esclarecer as dúvidas sobre os projetos e as alternativas que a classe trabalhadora ainda tem para resistir às medidas, a discussão contou com a participação do ex-ministro da Previdência, Carlos Eduardo Garbas e da vice presidenta da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Noêmia Aparecida.

Na composição da mesa, que teve início às 14h30, estiveram presentes, o secretário de Finanças da Confederação, Nasson Antonio de Oliveira, a secretária-adjunta de Finanças da Contracs, Geralda Godinho, e o secretário de Políticas Sociais da entidade, José Vanilson Cordeiro.  Os convidados fizeram uma pequena exposição sobre os temas e abriram diálogo com os sindicalistas, esclarecendo dúvidas e encorajando a luta sindical pela previdência pública como instrumento de proteção social e pela manutenção dos direitos trabalhistas.

O ex-ministro da Previdência, que atuou durante os governos democráticos e populares de Lula e Dilma, acredita que todo aparato midiático tentando cegar a população sobre o que está acontecendo com o país, não obterá êxito por muito mais tempo. “O morro vai descer! Quando o pobre entender o que está em jogo, eles não terão mais como se defender de uma grande reação popular, eles estão empurrando o país para uma convulsão social”, afirma Eduardo Gabas.

“O que pretendem fazer com a previdência é de uma crueldade sem parâmetro. Transformar em produto a proteção previdenciária, que cheira a sangue e suor dos trabalhadores. Entregar para o capital privado, o que em sua essência é serviço público, porque agora os empresários vão enriquecer mais ainda às custas do trabalhador investindo em planos de previdência privada”, comenta o ex-ministro, que também acha absurda a equiparação de aposentadoria entre trabalhadores do campo e da cidade e entre homens e mulheres.

Segundo Gabas, que foi aplaudido especialmente pelas trabalhadoras presentes na plateia, é ignorar as condições e a idade em que se inicia o trabalho no campo –que ainda conta com muita mão de obra infantil dizer que o machismo foi erradicado do país.

 “Vivemos uma das maiores e mais graves crises institucionais”, afirma vice presidenta da Anamatra.

Para Noêmia Aparecida, a reforma trabalhista possui inúmeras inconstitucionalidades, violações, e aspectos de perversidade. “Essa legislação fere inúmeros artigos da Constituição Federal e da OIT, foi apresentada de forma covarde, no apagar das luzes do ano de 2016 e aprovada em menos de sete meses. Isso é completamente absurdo em se tratando de um projeto que muda até os conceitos de trabalho”, afirma a juíza.

“Na luta histórica dos trabalhadores sempre esteve presente o debate sobre jornada e remuneração, nós sabemos e todas estatísticas demonstram que o excesso trabalho causa adoecimento e a nova legislação trabalhista visa a desvinculação dos dois. A reforma estimula a produtividade, coloca o trabalhador competindo com trabalhador, isso enfraquece as categorias e a própria ideia de sindicalismo, que se baseia na solidariedade”, afirma a juíza.

 A Plenária Nacional da Contracs continua até esta quarta-feira (26) e ainda contará com duas mesas nessa terça-feira, a primeira debaterá sobre mercado e trabalho e novas estratégias para organização sindical e, às 18h, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos- Dieese.

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