Uma das questões mais preocupantes diagnosticadas na pesquisa é que muitos comerciários continuam trabalhando portando sintomas da Covid-19
O Sindicato dos Comerciários de Fortaleza realizou uma importante pesquisa entre os comerciários e comerciárias que trabalham na capital cearense, para saber como a pandemia do novo coronavírus afeta a vida da categoria. Através de um questionário, 383 trabalhadores e trabalhadoras do comércio do centro da cidade, bairro Montese e shoppings Iguatemi, Riomar Fortaleza, North Shopping Fortaleza e Parangaba responderam questões relativas à rotina de trabalho.
Entre os entrevistados, 53,8% são mulheres, de 25 a 34 anos, possuem ensino médio completo e se utilizam de transporte público para ir trabalhar. A maioria está há menos de um ano do serviço atual e 94,2% se dizem preocupados em relação à pandemia.
Uma das questões mais preocupantes diagnosticadas na pesquisa é que muitos comerciários continuam trabalhando portando sintomas da Covid-19 e houve relatos de trabalhadores que, mesmo testados positivo, não se ausentaram dos postos de trabalho.
Em relação a tomar ou não a vacina, 10% dos comerciários entrevistados não pretendem se imunizar e 4% ainda estão indecisos quanto essa questão.
Frente ao resultado da pesquisa, o presidente da Contracs, Julimar Roberto, atentou quanto à prioridade das entidades sindicais se empenharem mais na conscientização dos trabalhadores em relação às medidas protetivas e, principalmente, a vacina.
“Sabemos que as fake news e o negacionismo do governo têm influenciado, em muito, a opinião e o comportamento de alguns trabalhadores – não só no Ceará, mas em todo Brasil – . Frente a isso, aumenta nosso desafio, como dirigentes, de informar, conscientizar e buscar amenizar os danos causados por essa onda de banalização da pandemia que jogou o país no caos sanitário”, disse.
Julimar também parabenizou o Sindcomerciários pela iniciativa e considerou o resultado da pesquisa importante para nortear ações nos demais estados, já que a situação da categoria é uma das mais delicadas no país. Segundo informou, os trabalhadores no comércio correm riscos todos os dias e são ignorados nos cronogramas de imunização.
“Desde o início da pandemia, o trabalhador no comércio se encontra numa posição de extrema fragilidade. Por um lado, é considerado essencial e não pode ficar em casa, por outro, é submetido às mais diversas formas de contágio, seja nos postos de trabalho ou no deslocamento até o serviço, feito quase sempre em transporte coletivo. A situação se agrava ainda mais quando as empresas negligenciam as medidas protetivas. Mesmo em meio a essas situações, a categoria não é priorizada nas fases de vacinação”, reforçou.
Para subsidiar o debate nos estados, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza disponibilizou seu estudo. Basta clicar aqui para ler a pesquisa na íntegra.